Palestra sobre Jornalismo Literário e Mercado encerra sequência de mesas-redondas

9 abr 2011

Com o tema “Jornalismo Literário e Mercado”, o escritor e professor Sérgio Vilas Boas encerrou, nesta quinta-feira (7), a sequência de mesas-redondas ocorridas ao longo da II Semana de Jornalismo da UFC.

O convidado iniciou seu discurso falando sobre abordagem do tema Jornalismo Especializado, que esteve presente em todos os dias do evento. Segundo ele, “Jornalismo é uma maneira de fazer que se aplica a qualquer área”. Além disso, frisou a importância das especializações na era digital.

Ao falar da evolução do Jornalismo Literário no Brasil nos últimos 10 anos, mencionou a participação de pessoas de vários lugares do país, como Piauí, Santa Catarina e São Paulo. Frisou também estados como Ceará e Minas Gerais, que possuem cultura regional forte e precisam aproveitar esta característica para fortalecer suas produções.

Com um panorama histórico traçado sobre o Jornalismo de Imersão – ou Investigativo – Vilas Boas explicou os porquês de o Brasil ser um país atrasado em se tratando do assunto, sem esquecer dos bons momentos do país, com as revistas Cruzeiro e Realidade como exemplos.

No decorrer da palestra, o professor não esqueceu de falar do início e do porquê da restrição dos jornais brasileiros ao gênero estritamente noticioso, e de como a era digital ajudou para a volta do Jornalismo Literário.

A posição da mulher no jornalismo também foi ressaltada pelo professor. Segundo ele, é irrefutável sua presença no jornalismo atual, principalmente no Literário. “Elas ainda não dominam os cargos de chefia. Mas em São Paulo, por exemplo, as redações de impresso e os estúdios de TV são praticamente delas”, ilustrou o palestrante.

A escassez de bons editores também foi citada no debate. A decorrência disso, segundo Vilas Boas, são pautas sempre ligadas à agenda, a temas ou a biografias. No Jornalismo Literário, as produções se baseiam em personagens, histórias de pessoas que se destacam da multidão. Para ele, é função das editorias orientar e abrir novos caminhos para os jornalistas.

O escritor ressaltou, ainda, a diferença entre ficção e mentira. Provocou o preconceito que afirmou ser essencialmente brasileiro: “Acredito muito mais no Dostoievski escrevendo sobre a Rússia que em qualquer historiador falando sobre o mesmo lugar no mesmo período”. Após responder perguntas de estudantes e convidados, encerrou sua participação ao deixar claro que o Jornalismo Literário é uma vertente que busca fugir do sensacionalismo.


II Semana de Jornalismo

Realizado pelo Programa de Educação Tutorial do Curso de Comunicação Social da UFC, a II Semana de Jornalismo acontece entre os dias 04 e 07 de abril no Auditório Rachel de Queiroz (CH2), discutindo o tema "Jornalismo Especializado".




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